Cirrose hepática: o que é, sintomas, causas e tratamento

A cirrose hepática é uma condição crônica do fígado caracterizada pela substituição do tecido hepático normal por tecido fibroso, o que leva à perda de função do órgão. Essa cicatrização ocorre como uma resposta a danos prolongados e contínuos ao fígado, resultando em uma diminuição da capacidade do órgão de desempenhar suas funções normais.

Sintomas

Os sintomas da cirrose hepática podem variar dependendo do estágio da doença, mas alguns sinais comuns incluem:

  1. Fadiga: Sensação constante de cansaço e fraqueza.
  2. Icterícia: Coloração amarelada da pele e dos olhos devido ao acúmulo de bilirrubina no sangue.
  3. Perda de apetite: Diminuição do desejo de comer.
  4. Perda de peso: Emagrecimento involuntário.
  5. Náuseas e vômitos.
  6. Dor abdominal: Especialmente na parte superior direita do abdômen.
  7. Inchaço: Principalmente no abdômen (ascite) e nas pernas (edema).
  8. Confusão mental: Em casos graves, pode ocorrer encefalopatia hepática, levando a confusão e alterações na consciência.
  9. Hemorragias e hematomas: Devido à diminuição da capacidade de coagulação do sangue.

Principais exames para o diagnóstico da cirrose hepática:

  1. Testes de função hepática: Incluem medições de bilirrubina, TGO (AST), TGP (ALT) e gama-GT, que ajudam a avaliar o funcionamento do fígado.
  2. Painel de coagulação sanguínea: Utilizado para verificar a capacidade do sangue de coagular, o que pode ser afetado pela cirrose.
  3. Exames de imagem: Como ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, que ajudam a visualizar o fígado e identificar possíveis alterações.

Além desses exames, o médico pode solicitar uma biópsia do fígado para avaliar a gravidade, extensão e causa da cirrose.

Causas

As causas mais comuns de cirrose hepática incluem:

  1. Alcoolismo: O consumo excessivo de álcool é uma das principais causas de cirrose.
  2. Hepatite viral crônica: Hepatite B e C são infecções virais que podem levar à cirrose.
  3. Esteatose hepática não alcoólica (NAFLD): Acúmulo de gordura no fígado que não está relacionado ao consumo de álcool.
  4. Doenças autoimunes: Como hepatite autoimune, onde o sistema imunológico ataca o fígado.
  5. Doenças genéticas: Como hemocromatose (excesso de ferro) e doença de Wilson (acúmulo de cobre).
  6. Cirrose biliar primária e colangite esclerosante primária: Doenças que afetam os ductos biliares do fígado.

Tratamento

O tratamento da cirrose hepática visa controlar os sintomas, prevenir complicações e tratar a causa subjacente. As opções de tratamento incluem:

  1. Mudanças no estilo de vida: Como evitar o consumo de álcool e adotar uma dieta saudável.
  2. Medicações: Para tratar a causa subjacente (como antivirais para hepatite) ou para aliviar sintomas (como diuréticos para ascite).
  3. Controle de complicações: Inclui procedimentos para tratar varizes esofágicas, ascite e encefalopatia hepática.
  4. Transplante de fígado: Em casos avançados de cirrose, pode ser necessário um transplante de fígado.

A prevenção da cirrose envolve evitar o consumo excessivo de álcool, vacinar-se contra hepatite B, adotar práticas sexuais seguras, evitar o uso compartilhado de agulhas e seguir uma dieta saudável.

Veja também: Doença Hepática Alcoólica

Cirrose tem cura?

A cirrose hepática não tem cura, pois as cicatrizes e o tecido fibroso no fígado não podem ser revertidos. No entanto, com um tratamento adequado, é possível controlar a doença e impedir sua progressão.

É essencial procurar um gastroenterologista, hepatologista ou clínico geral ao surgirem sintomas de cirrose hepática para iniciar o tratamento o mais rapidamente possível.

Possíveis complicações

As principais complicações da cirrose hepática incluem:

  • Hipertensão portal
  • Aumento do baço
  • Maior risco de infecções
  • Hemorragias
  • Acúmulo de líquido na cavidade abdominal (ascite)
  • Síndrome hepatorrenal
  • Peritonite bacteriana espontânea

Além disso, a cirrose pode levar à encefalopatia hepática, causada pelo acúmulo de substâncias tóxicas, como a amônia, no cérebro e no sistema nervoso central.

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