O que é: A18.3 Tuberculose do intestino, do peritônio e dos gânglios mesentéricos
A tuberculose é uma infecção bacteriana causada pelo Mycobacterium tuberculosis, que afeta principalmente os pulmões, mas pode se disseminar para outras partes do corpo, incluindo o intestino, o peritônio e os gânglios mesentéricos. A classificação A18.3 refere-se especificamente à tuberculose que acomete essas regiões, sendo uma condição grave que requer diagnóstico e tratamento adequados. A infecção pode ocorrer de forma primária ou secundária, geralmente como resultado da disseminação hematogênica da bactéria a partir de um foco pulmonar ou extrapulmonar.
Etiologia e Patogênese
A tuberculose do intestino, do peritônio e dos gânglios mesentéricos é frequentemente associada a uma infecção pulmonar prévia. A bactéria pode se espalhar através da corrente sanguínea ou por contiguidade, afetando o trato gastrointestinal e os linfonodos mesentéricos. A infecção pode levar à formação de granulomas, que são aglomerados de células inflamatórias que tentam isolar a bactéria. Esses granulomas podem causar ulcerações, estenoses e, em casos mais graves, perfuração intestinal.
Manifestações Clínicas
Os sintomas da tuberculose intestinal podem variar, mas frequentemente incluem dor abdominal, diarreia, perda de peso, febre e sudorese noturna. A dor abdominal pode ser difusa ou localizada, dependendo da extensão da doença. Além disso, a presença de linfadenopatia mesentérica pode ser um sinal importante, podendo ser palpável em casos avançados. A tuberculose peritoneal pode se manifestar como ascite, que é o acúmulo de líquido na cavidade abdominal, e pode ser confundida com outras condições abdominais.
Diagnóstico
O diagnóstico da tuberculose do intestino, do peritônio e dos gânglios mesentéricos é desafiador e geralmente envolve uma combinação de métodos. Exames laboratoriais, como a baciloscopia de fezes e a cultura para Mycobacterium tuberculosis, são fundamentais. A endoscopia gastrointestinal pode ser utilizada para visualizar lesões diretamente e coletar biópsias, que são essenciais para o diagnóstico histopatológico. A tomografia computadorizada (TC) do abdômen também pode ser útil para avaliar a extensão da doença e a presença de linfonodos aumentados.
Tratamento
O tratamento da tuberculose intestinal, peritoneal e dos gânglios mesentéricos é semelhante ao tratamento da tuberculose pulmonar e envolve o uso de múltiplos antibióticos por um período prolongado, geralmente de seis meses a um ano. Os esquemas de tratamento incluem medicamentos como rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. A adesão ao tratamento é crucial para evitar a resistência medicamentosa e garantir a cura da infecção.
Complicações
As complicações da tuberculose intestinal podem ser graves e incluem obstrução intestinal, perfuração e peritonite. A obstrução pode ocorrer devido à formação de estenoses ou massas inflamatórias, enquanto a perfuração pode levar a uma peritonite, que é uma emergência médica. O manejo dessas complicações pode exigir intervenções cirúrgicas, além do tratamento antimicrobiano.
Prevenção
A prevenção da tuberculose intestinal, peritoneal e dos gânglios mesentéricos envolve medidas de controle da tuberculose em geral, como a vacinação com BCG, a identificação e tratamento de casos ativos de tuberculose pulmonar e a promoção de condições de vida saudáveis. A educação em saúde e a conscientização sobre os sintomas da tuberculose são essenciais para a detecção precoce e o tratamento eficaz da doença.
Prognóstico
O prognóstico da tuberculose do intestino, do peritônio e dos gânglios mesentéricos depende de vários fatores, incluindo a gravidade da doença no momento do diagnóstico, a presença de comorbidades e a adesão ao tratamento. Com um diagnóstico precoce e tratamento adequado, muitos pacientes podem ter uma recuperação completa. No entanto, a demora no diagnóstico e no tratamento pode levar a complicações significativas e a um pior desfecho clínico.